Coleiro
O coleirinho é uma ave passeriforme da
família Emberizidae.
Também conhecido como coleiro, coleirinha, papa-capim,
papa-arroz ou tui tui , pássaro-frade e coleira-do-sertão.. É a espécie mais
popular do grupo dos papa-capins, sendo também a mais abundante na maioria
dos locais onde ocorre.
Etimologia: Sporophila - do grego
sporos = semente + philos = que tem gosto ou predileção por; Caerulescens -
do latim caerulescens = azulado.
Como todos os outros membros do gênero Sporophila, pode
ser chamada de “papa-capim” acompanhada de algum outro adjetivo. Sporo é
semente e, phila provem de phyllo que
significa afinidade. Seriam realmente os “que tem afinidade com sementes” ou
“papa-capim”. A denominação caerulescens significa azulada,
possivelmente pela intensidade do negro de suas penas possuírem um tom azulado.
Características
Mede de 11 a 13
centímetros de comprimento, pesa de 13 a 14 gramas.
A fêmea é toda parda, mais escura nas costas. Sobre luz
excepcional, é possível ver que ela também possui o esboço do desenho da
garganta do macho. Os machos juvenis saem do ninho com a plumagem idêntica à
fêmea. As fêmeas não são canoras.
Existem três subespécies reconhecidas:
- S. c. collaris - Leste do Brasil até Goiás e Mato Grosso, onde a plumagem dos machos é branca e negra no padrão descrito acima.
Sporophila
collaris collaris
- S. C. melanocephala - Nordeste da Argentina e Paraguai, sul do Brasil até o sudeste do Mato Grosso, onde a plumagem dos machos é de uma canela bem profunda, ao invés do branco da forma nominal, e negra no padrão descrito acima.
Sporophila collaris melanocephala
- S.
c. ochrascens - Bolívia, norte e centro do Mato Grosso até São
Paulo. Forma intermediária entre as duas subespécies acima, sendo que a
plumagem dos machos é de uma cor mais pálida (“amarelo ocre”) que a da
subespécie melanocephala, e negra, no padrão descrito acima.
Sporophila collaris ochrascens
Hábitos
Fora
do período reprodutivo, é uma ave de comportamento gregário, vivendo em grupos
de 6 a 20 indivíduos, inclusive às vezes formando grupos mistos com outras
espécies de papa-capins e tizius.O peso e tamanho reduzidos permitem a esta ave
alcançar as sementes de gramíneas trepando pela haste das plantas.Assim como outras aves
o coleirinho foi beneficiado pela introdução de algumas gramíneas africanas,
especialmente da braquiária, que parece ser a base de sua alimentação em áreas
alteradas pelo homem.As populações mais meridionais são migratórias e
deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios.
Alimenta-se de grãos e sementes o coleiro é um
pássaro granívoro, não sendo grande apreciador de frutas e verduras. A base da
alimentação é constituída por uma mistura de alpiste, painços variados, senha e
Níger, sendo o primeiro em maior quantidade (50% a 60%). Apreciam muito, como
guloseimas, sementes de capim frescas, por exemplo, as de “pé de galinha”,
colonião, braquiária, margoso, favorito, entre outros. Os cachos podem ser
colhidos e fornecidos inteiros aos pássaros. Essas são um bom complemento na
alimentação, sobretudo na época de cria e trato dos filhotes. O pepino, se
aceito, é um ótimo complemento alimentar pois é rico em colágeno, um importante
componente dos tecidos de revestimento, conferindo elasticidade e resistência
às penas, evitando que elas se quebrem facilmente e mantendo bonitas por mais
tempo as penas originadas na muda mais recente. Uma fonte de cálcio deve ser
fornecida o ano todo, principalmente para as fêmeas, que utilizam grandes
quantidades deste mineral na composição da casca dos ovos. A farinha de ostra
ou o “osso de ciba” são as melhores alternativas para o fornecimento de cálcio.
É aconselhável ministrar poli vitamínico e um complexo de aminoácidos na água
algumas vezes por semana Coleiro também apreciam muito farinhadas, que podem
ser fornecidas secas ou umedecidas misturadas com ovo cozido floculado (passado
pela peneira), e estas constituem uma grande fonte de proteínas, indispensáveis
aos períodos de muda de penas e alimentação dos filhotes.A atenção máxima deve
ser dada à alimentação no período em que as fêmeas estão tratando de suas
ninhadas. Elas, que em sua maioria geralmente não apreciam alimentos vivos,
nesse período devoram grande quantidade de larvas de Tenebrio molitor ou de
besouro do amendoim para alimentar suas crias. Essas larvas são uma grande
fonte de proteína bruta, que contribui no rápido desenvolvimento dos ninhegos.
A alimentação especialmente nesses dias deve ser abundante e diversificada, a
fim de estimular os pais a tratarem dos filhotes.
Reprodução
Faz
o ninho em formato de taça. Cada ninhada geralmente tem entre 2 e 3 ovos, tendo
de 2 a 4 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias. A época
para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio, coincidente com
o período chuvoso e com a choca na natureza. Devem-se utilizar gaiolas de puro
arame, com medida de 60 cm comprimento X 30 cm largura X 35 cm altura, com
quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora para dentro da gaiola. A
tala, a medida entre um arame e outro não pode ser maior do que 13 mm. No
fundo, ou bandeja da gaiola, colocar papel, tipo jornal, para serem retirados
todos os dias logo que a fêmea tomar banho. Logo depois se deve retirar a
banheira para colocá-la no outro dia bem cedo. O ninho, tipo taça, tem as
seguintes dimensões: 6 cm de diâmetro X 4 cm de profundidade, e será colocado
pelo lado de dentro da gaiola. Pode ser feito de bucha (Luffa cylindrica) por
cima de uma armação de arame. Para estimular a fêmea prender raiz de capim ou
fiapos de casca de coco, assim ela cobrirá o ninho com estes materiais. O
número de ovos de cada postura é quase sempre dois. Cada fêmea choca 3/4 vezes
por ano, podendo tirar até oito filhotes por temporada. As coleiras podem
ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou
plástico, mas não podem se vir, de forma alguma. Senão, matam os filhotes ou
interrompem o processo do choco, se isto acontecer. Utilizar um macho de
excelente qualidade, de preferência um campensíssimo, para cinco fêmeas. Nunca
deixá-lo junto, pois ele quase sempre prejudica o processo de reprodução, e
mata os filhotes. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastá-lo da fêmea. O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade e pode ser separado da mãe com 35 dias. Com oito meses, ainda pardos, já poderão procriar. As anilhas serão colocadas do 7O aos 100 dias, com anilha 2,3 mm de diâmetro - bitola um a ser adquirida do Clube onde seja sócio. Podem-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho. Fundamental, porém, é que se tenha todo o cuidado com a higiene. Lembremos que os fungos, a coccidiose e as bactérias são os maiores inimigos da criação, e têm as suas ocorrências inversamente relacionadas com a higiene dispensada ao criadouro.
coleiro do brejo macho
coleiro do brejo fêmea
coleiro do brejo jovem
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